domingo, 16 de julho de 2023

 

PAZ NAS REDES

Ana Trajano

As redes sociais transformaram as nossas vidas, é fato - tanto que já não nos imaginamos sem elas. Porém, também é fato que aquilo que poderia ser utilizado para melhorar as relações humanas nem sempre o é, e as redes  transformaram-se em campos de guerra, em ringues, onde as pessoas digladiam-se à distância, acusam-se, difamam, pisoteiam - via telinha de cristal - tudo o que é necessário como regra para a boa convivência: o respeito, a empatia, o perdão, o AMOR. Resultado: a paz é imolada todos os dias em relações desfeitas e inimigos ganhos.

Não é culpa das redes, pois elas apenas cumprem o papel de servir, de se colocarem a serviço dos que delas querem dispor. Culpa de quem, então? De todos nós que decidimos por sua má utilização, que as utilizamos sem a consciência do quanto poderiam ser úteis para o estabelecimento de uma cultura da paz; sem a consciência de que essa cultura, tão necessária para a transformação do nosso mundo, tem que partir do individual para o coletivo.

"A paz do mundo começa em mim", em você, nas nossas ações e disposições de estarmos abertos ao desejo de vivermos num mundo de paz. 

A paz ama a diplomacia e as regras da boa convivência; a paz ama o amor de onde nasce a consciência de se ver no outro, de respeitar no outro a mesma liberdade de pensamento que desejo ser respeitada em mim; a paz ama a unidade, isto é, a consciência de que somos parte de uma mesma família - a humana. 

Antes de utilizar as redes  para cultivar a cultura da guerra, lembremos, pois, que a paz que desejamos começa em cada um de nós.




sábado, 15 de julho de 2023

 Cultura da paz e

cultura da guerra

Ana Trajano


No meu livro de poesia infantojuvenil, “A Sementinha do-Bem-me-Quer”, tem um poeminha que diz o seguinte:

Jovens oferecem flores aos policiais
“Sabe o que é
Cultura de paz?
É a sementinha
do bem-me-quer
plantamos no coração
e nasce um pé
pezinho de paz
cheio de bem-me-quer!”

Esta foi a forma mais simples que encontrei de mostrar às crianças a importância da cultura da paz, comparando-a à semente de uma flor que uma vez plantada floresce no coração em forma de paz, enchendo-o de bem querer, isto é, de amor por todos.

Obviamente, o termo cultura da paz não é tão simples assim, embora traga, intrínseco em si, semelhança com os meus versos. Cultura da paz uma vez semeada, e vivida, bem que parece com um campo florido de bem-me-quer: transforma a realidade dos corações nus num campo coberto de flores com o poder - assim como na canção de Vandré - de vencer canhões. Magnífica a canção de Vandré, pois a cultura da paz pode ser comparada a flores, interpondo-se sobre as armas, isto é, sobre a cultura da guerra.

A nossa cultura midiática está enraizada na cultura da violência. Não se vê, por parte dos meios de comunicação, nenhum esforço no sentido de implementar a cultura da paz. Ódio, disputa, ganância e crime estão entre os ingredientes mais usados na receita da boa audiência. Não nos é oferecida, sequer, a opção light. Por todos os canais e por todas as páginas a violência tem por limite o exagero: do corpo estendido; do sangue derramado; do desrespeito ao princípio da imparcialidade, nas palavras ditas e análises feitas por profissionais que, muitas vezes, ou se sentem ofendidos, ou tomam para si as dores de suas organizações e do Estado, repressor. 

Pergunto-me como os profissionais de imprensa podem esquecer que o desenvolvimento da paz sustentável depende da mídia. São obrigados a isso? Triste realidade, mas de certo modo são, já que as empresas nas quais trabalham, e dependem para sobreviver, respondem unicamente às leis de mercado, subtraindo as leis da informação.

Infelizmente, vivemos em um mundo no qual as leis, tratados, manifestos, etc. são feitos para, em muitos casos, não serem cumpridos, o que apenas demonstra o poder da cultura da guerra. Em 1997 a UNESCO, em uma das suas atividades relativas à cultura da paz, reuniu em Puebla, no México, profissionais de imprensa (diretores e editores-chefes) de toda a América Latina. Desse evento resultou a declaração assinada por eles, reafirmando “sua adesão a uma sociedade na qual seus membros coexistem em paz e denunciem a cultura da guerra, em nome da Cultura da Paz. Reconheciam que o principal meio para a livre circulação de ideias é a imprensa independente.”

Reconheciam, também, que “a realização da harmonia interna no centro das sociedades, bem como o entendimento pacífico entre as nações, requerem transparência de informação e opinião”. Palavras ao vento!

quarta-feira, 12 de julho de 2023


 LIVRA-ME, SENHOR, DE MIM!

Ana Trajano


      Um dos Santos mais queridos por sua mensagem de paz, São Francisco, do mesmo modo que pedia: "Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz, também rezava: "Ajuda-me, Senhor, a vencer a mim mesmo." Fazia eco assim a São Bernardo de Claraval que, em seu Tratado da Consciência ou do Conhecimento de Si", pede: "Ajuda-me, Senhor, a livrar-me de mim mesmo". 

      Ambos sabiam que seu maior inimigo estava dentro de si. E é assim  com todos nós. Nosso maior inimigo somos nós próprios. As duas coisas - a paz e o vencer a si - estão relacionadas: só se conhece a paz quando se vence a si; ninguém se torna instrumento de paz sem antes vencer aqueles que lhe causam guerra.

        Nosso coração é morada de Deus, é seu castelo, seu templo e, como tal, é atacado pelos inimigos de Deus, isto é, todos os maus sentimentos  e más tendências que se opõem a Ele. Nossa maior luta, portanto, trava-se neste terreno sagrado que é nosso coração. São dois exércitos lutando por seu domínio: o das virtudes e o das más qualidades; em resumo o do bem e o do mal, o da luz e o das trevas.

       É assim desde que decidimos abrir as portas a esse exército inimigo, opondo-nos ao Criador. Nossa atração pelo que de aparentemente belo e gostoso nos oferece o mundo só faz crescer a ação e as vitórias do exército inimigo. 

Jesus travou essa queda de braço com aquele que representa o exército das trevas - o diabo - e venceu. Venceu porque venceu assim naqueles 40 dias de luta no deserto. 

    O exército inimigo tem um forte comandante - o orgulho. Todos os seus soldados (más qualidades) são como que extensões ou braços dele. Nosso mestre mostrou que para vencer a soberba desse comandante há um comandante da Luz milhões de vezes mais poderoso que ele: a humildade. São Francisco venceu a si quando conheceu a humildade. O que parece grande é vencido com o que parece pequeno.




  PAZ NAS REDES Ana Trajano As redes sociais transformaram as nossas vidas, é fato - tanto que já não nos imaginamos sem elas. Porém, també...