Por quem os sinos dobram, de John Donne, é, certamente, um dos mais belos poemas da história da literatura. De forte conteúdo metafísico, ele expressa a complexidade desse tecido cósmico no qual tudo e todos convergem para algo único. A diversidade é apenas o reflexo, ou forma de manifestação da unidade. O uno se espalhando no verso; o verso dentro do uno. Como síntese a realidade maior: o Universo. “Um em diversos”. (Rhoden)
“Unidade na diversidade”, não é apenas uma frase bonita, um jargão da moda, mas pura manifestação de consciência cósmica. Quantos, porém, conhecem seu significado? Quantos procuram praticá-lo? Se assim o fizessem estaríamos vivendo em um mundo melhor. Estaríamos respeitando as florestas, rios, mares, pântanos. Espécies não teriam sido extintas, e outras não estariam agora correndo esse risco. Pois quando o homem adquire tal consciência, respeita tudo que compõe o mundo no qual está inserido. Ele sabe que a essência divina da criação é a mesma em qualquer criatura. E jamais indagará por quem dobram os sinos.
O sentimento de unidade do homem com o Universo, demonstrada por John Donne, coloca-o entre aqueles poucos seres que transcenderam o limitado mundo dos sentidos, das coisas materiais, e se aventuram ao ilimitado mundo do espírito. O poema:
Nenhum homem é uma ilha
Todo homem é uma parte da Terra
Uma partícula do Universo
Se um torrão é arrastado pelas águas
Para o mar
A Europa fica menor
Como se de um promontório se tratasse
Da casa dos teus amigos
Ou da tua própria
A morte de qualquer homem diminui-me
Porque sou parte da humanidade
Por isso não pergunte por quem
Os sinos dobram:
Eles dobram por ti.

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